A Superação

Leia aqui mesmo as 10 primeiras páginas do segundo volume da Série. 
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Essa é a continuação do livro "Destino".
A Bruna continua a contar como era a sua vida com o Diogo.
Muita coisa acontece no primeiro ano deles juntos. Sorrisos, lágrimas, amor e mais sofrimento.
Eles superam juntos as muitas dificuldades e a pior crise que um casamento pode ter.
Mas nem tudo é sofrimento.
Eles amadurecem juntos e ao vencer os obstáculos são recompensados.
Escrito de uma forma coloquial, informal e popular, a Série Destino é como um diário. Você se sentirá inserido na estória. Verá como a Bruna e o Diogo são pessoas comuns e simples, como você. Sofrem, amam e choram.




Oi.

É, estou de volta.
A minha vida com o Diogo está ótima, mas o nosso primeiro ano juntos nos fez amadurecer muito e acreditar mais naquilo que nos unia, o nosso amor.
Foi difícil superar os problemas, suportar as dificuldades e vencer os obstáculos. Doeu muito, mas o mais importante de tudo isso é que conseguimos, e fomos muito bem recompensados.
Sempre me diziam que tudo passa, e é verdade. Tem sempre uma lição para se tirar da dor e do sofrimento, é só você parar para pensar e ver a situação por outro prisma. Faça isso. Você conseguirá enxergar também.
Bem... Foi isso que eu aprendi, e ele também.
Espero que você goste desse novo capítulo dessa minha vida louca ao lado do meu D, do meu Diogo. O homem da minha vida, o meu melhor amigo, companheiro e amante.

Beijos.
Bruna Vasconcelos

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– Está gostando da viagem? – O Diogo me perguntou depois de dez minutos de vôo.
– Estou. – Disse meio insegura. – Dá para ver tudo lá embaixo, D.
– Não olhe. – Ele brincou ao dizer. – No helicóptero é assim mesmo.
– Dá um frio na barriga. – Sorri ao dizer e me abracei a ele.
– Fique assim então, não vamos demorar a chegar. – Ele prometeu e me beijou.
Eu sempre me impressionava com o estilo de vida que o meu D levava. Nunca tinha imaginado que um dia eu fosse andar de helicóptero, muito menos indo para uma fazenda. A vista era linda, mas dava medo. A única coisa que me tolia em não gritar e pedir para o piloto aterrissar era a presença e o calor do Diogo.
Eu estava meio curiosa em saber como tinha sido a festa, se todos tinham gostado, principalmente os meus pais. A minha esperança era de que o Nando nos contasse, mas não foi ele que nos levou para o heliporto, foi o motorista da limusine contratada. Pensei em ligar para a Ju ou mesmo mandar uma mensagem de texto, mas quando peguei o meu celular o Diogo tirou da minha mão e o desligou.
– Só nós dois. – Ele sussurrou no meu ouvido. – Estão todos bem.
– Só queria saber como foi à festa.
– Com certeza foi maravilhosa, mas não chegou aos pés da minha. – Ele sussurrou no meu ouvido. – Você estava maravilhosa e te amei como um louco.
– Nunca vou esquecer essa noite, D. – Disse acariciando o rosto dele enquanto sussurrava no seu ouvido.
– Menos de dez minutos, Senhor.O piloto avisou ao Diogo.
– Ok. – Ele disse e sinalizou com a mão.
– Já me informaram que o carro está pronto. E todos estão preparados.
– Todos? – Perguntei ao Diogo.
– O Nando providenciou uma segurança para nós, amor. – Ele me contou. – Mas é só até a fazenda, lá temos uma estrutura própria.
– Pensei...
– Estamos em evidência demais. O Nando achou melhor virmos de helicóptero por isso, assim ninguém pode nos seguir e tentaremos ter a nossa Lua de Mel tranquila. Mas mesmo assim ele não descuidou e providenciou essa segurança até a fazenda, mesmo sendo um percurso pequeno. É um pessoal conhecido e que já trabalhou com ele antes, não teremos problemas, podemos confiar assim como no pessoal do Rio.
– Tá. Ele sabe o que faz, não é?
– É.
Assim que nos aproximamos do local do pouso, pude ver dois carros pretos estacionados perto da marcação do pouso, e logo depois seis caras de ternos pretos saindo dos carros. O pouso até que foi tranquilo, o que estranhei mesmo foram os seguranças.
– E aí, Carlão? – O Diogo disse quando um homem moreno, grande, de terno e óculos pretos se aproximou de nós.
– E aí, Diogo? – O homem disse e apertou a mão do Diogo.
– Beleza? Essa é a minha esposa, Bruna. – O Diogo nos apresentou. – Amor, esse é o Carlão.
– O Nando me deu todas as informações sobre como proceder com a Senhora e com a sua segurança. Pode me chamar de Carlão como o Diogo, ou apenas Carlos, dona Bruna. Estarei à sua disposição e cuidarei pessoalmente da sua segurança – Ele disse, mas nem apertou a minha mão. – O que a Senhora precisar, é só falar comigo.
– Er... Obrigado. – Disse e olhei para o Diogo. – O Nando exagerou?
– Não. – Ele disse.
– Carlos? – Chamei e ele me olhou.
– Sim, Senhora.
– Quais as recomendações do Nando? – Perguntei.
– Manter a Senhora sempre segura, evitar a aproximação de qualquer um e nunca esquecer de que a Senhora gosta do máximo de discrição e simplicidade. – Ele contou. – Além de obedecer todas as suas ordens.
– Vamos, amor. – O Diogo disse quando fiquei pensativa.
– Vamos. – Disse quando o Carlos abriu a porta para mim.
Do jeito que o segurança falou, eu fiquei parecendo uma dondoca, uma boneca de porcelana que não podia ser tocada e o Diogo viu a minha insatisfação. Ele ficou acariciando a minha mão, mas não falou nada quase o caminho todo. Aquilo só serviu para me deixar mais nervosa ainda.
– Quero tomar sorvete. – Disse.
– Não fique nervosa. – O Diogo me pediu. Ele sabia que sempre que eu ficava tensa precisava de algo gelado. – B...
– Deve ter alguma sorveteria no caminho. Serve um suco, D.
– Amor. Não tem necessidade disso, está tudo bem. – Ele tentou argumentar e olhei para ele semicerrando os meus olhos. – B.
– Carlos? – Chamei. – O Nando mandou você acatar as minhas ordens?
– Sim, Senhora.
– Pare na primeira sorveteria, preciso de um sorvete de abacaxi. – Disse meio ofegante.
– Coisa gelada. – Ele murmurou e olhou para o motorista. – Pegue a avenida principal, sei aonde ir.
– Calma, amor. – O Diogo sussurrou quando comecei a ofegar mais nervosa ao ver como todos já estavam ansiosos. O Nando tinha exagerado e eu não estava gostando.
– Não gosto... Não sou de vidro... Não precisa disso tudo. – Tentei dizer. – O Nando exagerou, D. Estou parecendo uma boneca de porcelana!
– Ele só quer te manter segura e deu as recomendações já que não estará aqui. – O Diogo me disse. – Fique calma.
– Parece que estou numa redoma, meu Deus! Eu sou uma pessoa normal como outra qualquer, gente. Não é necessário tudo isso, D.
– Você é minha mulher. – Ele disse e me beijou. – Estamos em evidência, amor.
– Vai demorar? – Perguntei nervosa.
– Não, fique calma.
– Não estou acostumada com essas coisas. – Disse e sussurrei no ouvido dele. – O Nando é mais amigo que segurança, me sinto mais à vontade com ele. Esses homens me dão medo.
– Não precisa ter. – O Diogo prometeu e acariciou meu rosto. – Eles só nos acompanharão se sairmos da fazenda. Lá é tudo mais tranquilo e podemos andar livremente sem preocupações.
– Promete?
– Prometo. – Ele sussurrou suavemente e acariciou meu rosto.
– Aqui está, dona Bruna. – O Carlos disse esticando a mão na minha direção.
Sempre que eu estava com o Diogo, tudo em volta parecia congelar. Eu não tinha percebido o carro parar, o segurança sair e muito menos ele voltar.
– Obrigado. – Disse sorrindo e peguei meu sorvete.
– Sempre às ordens, Senhora. – O segurança disse e virou para frente.
Assim que comecei a tomar o meu sorvete me senti mais calma e o Diogo mandou que o motorista continuasse. Ele ficou acariciando meus cabelos e até tomou um pouco do sorvete, mesmo não sendo o seu preferido, chocolate com nozes. O caminho até a fazenda não demorou nem dez minutos e, me sentindo mais calma, pude finalmente apreciar a vista que foi mudando drasticamente. Se antes víamos lojas e muitos carros, com o passar do tempo uma grande área verde se destacava. Já na entrada da fazenda pude perceber o que me esperava, vi muitas vacas e bois enormes pastando de um lado do carro, e alguns cavalos no outro. À frente pude ver uma casa enorme com um jardim lindo na frente.
– Seja bem vinda, B. – O Diogo disse quando me deu a mão para sair do carro.
– Aqui é lindo, D. – Disse e senti o cheiro de grama molhada.
– É sim. – Ele disse e me abraçou pelas costas. – Seremos felizes e voltaremos sempre que você quiser.
– Diogo! – Ouvi uma voz de mulher chamá-lo.
– Marli! – O Diogo disse e a abraçou. – Amor, essa é a Marli, irmã da Maria. Ela cuida da casa e de todos nós.
– Oi. – Disse meio tímida.
– A Maria me ligou e disse tudo que a Senhora gosta. – A Marli disse animada. – Então a casa está abastecida, pode pedir o que quiser.
– Obrigado, Marli.
– Vamos... Vamos entrar. – A Marli disse sorrindo nos convidando. – Seu cavalo está selado, Diogo. E mandei selar um bem manso para a dona Bruna.
– Cavalo para mim? Não, obrigado. – Disse com uma risada nervosa.
– Só se você quiser, amor. – A Diogo sorriu ao dizer e me abraçou.
A casa era divina. Tinha uma sala simplesmente enorme e nas paredes, muitos quadros e tapetes parecendo de pele de animal presas suspensas, os móveis eram rústicos, mas muito bonitos e finos. Eles me mostraram os vários cômodos da casa. Lá, como não podia ser diferente, tinha um estúdio para o Diogo e os seus irmãos, e um escritório para que o meu sogro pudesse ler e trabalhar. Tinham muitas fotos do Diogo e dos seus irmãos espalhadas pela casa, principalmente no escritório. No estúdio gostei de ver umas deles pequenos já com um violão nos braços ou tocando piano. Tinha uma bem grande de um show do Diogo, me apaixonei por ela de cara.  Enquanto eu ia conhecendo tudo, mais duas moças que pareciam ser funcionárias da casa pegaram a nossa bagagem e seguiram por um corredor. A Marli não parava de dizer como estava feliz com a nossa chegada, pelo que pude saber, fazia muito tempo que o Diogo não ia lá.
– Esse é o nosso quarto? – Perguntei ao Diogo quando entramos num sonho.
– Gostou? – O Diogo me perguntou.
– É lindo, amor. – Disse tocando na cama.
O quarto era maior que o da cobertura. Tinha uma cama enorme, e tanto a cabeceira como os pés da cama tinham postes que a protegiam com uma espécie de mosquiteiro suspenso o envolvendo. Havia também uma TV enorme à frente da cama, com toda a aparelhagem de som e DVD, um closet grande onde a Marli começou logo a desarrumar a nossa bagagem e um banheiro enorme.
– Todos os produtos que a Senhora e o Diogo usam estão aqui no banheiro, dona Bruna. – A Marli disse quando entrei no closet. – Pode deixar que mandarei passar todas as roupas novamente, e elas estarão prontas amanhã pela manhã.
– Onde é a cozinha, Marli? – Perguntei.
– A Senhora precisa de alguma coisa?
– Não, só estou com sede mesmo. Quero beber água.
– Aqui, amor. – O Diogo disse ao abrir o freegobar do quarto e pegar um copo de água para mim. – Tome.
– Obrigado. – Disse ao pegar o copo e me abraçar nele.
– Te amo. – Ele disse carinhosamente e fiquei sem graça na frente da Marli.
– Bem, acho que isso é tudo. – A Marli disse ao sair do closet. – Vou levar essas roupas e amanhã trago tudo passado.
– Obrigado, Marli. – O Diogo disse.
– Vou preparar um lanche para vocês com as coisas gostosas da fazenda. – Ela disse antes de sair do quarto. – Fica tudo pronto para daqui à uma hora.
Assim que a Marli saiu do quarto, o Diogo me abraçou e me beijou passando os dedos entre os meus cabelos.
– Te amo. – Ele sussurrou no meu ouvido.
– Também. – Sussurrei sentindo arrepio.
– Isso. Adoro te ver assim. – Ele disse ao deslizar a mão pelo meu braço, sentindo como eu estava. – Te quero.
– Mas tem gente em casa.
– Estamos em Lua de Mel. – Ele lembrou. – Quero você todinha para mim.
– Todinha? – Sussurrei quando ele beijou.
– Você é tão linda. – Ele sussurrou. – A minha gostosa.
– D!
Aquele momento foi mágico. Ele me amou pela primeira vez na fazenda, um lugar especial para ele, o nosso lar durante aqueles dias. A ansiedade e a felicidade eram visíveis nos seus olhos e na forma como ele sorria, até no jeito que ele dizia que me amava. Enquanto isso eu estava meio tensa.
– Fico meio sem graça e não consigo me soltar sabendo que a casa está cheia. – Disse quando ele se deitou ao meu lado.
– Eu sei... Mas foi demais. – Ele disse sorrindo. – Você é demais, gata.
– Você também. – Disse e me aconcheguei nele.
– Gostou daqui?
– Gostei.
– Hoje ficamos em casa, mas amanhã cedo te mostro tudo. – Ele prometeu. – A fazenda é grande e tem muita coisa para ver.
– Tem manteiga de fazenda? – Perguntei sorrindo.
– Tem, e aquele aipim cozido também.
– Jura? – Perguntei ao me sentar. – Adoro com a manteiga derretendo em cima.
– Aposto que a Maria contou à Marli e ela vai providenciar. – Ele deu um sorriso lindo ao dizer. – Você terá que se cuidar.
– Por quê?
– A Marli adora engordar a gente. – Ele contou. – Ela sempre vem com aqueles doces maravilhosos que ninguém resiste.
– Existem formas interessantes para queimar calorias. – Disse e me deitei sobre ele.
– Tem uma cachoeira mais afastada dentro dos domínios da fazenda que é maravilhosa, quero te levar lá. – Ele sussurrou e beijou meu pescoço. – É bem reservada e podemos nos amar.
– Eu quero.
– E eu te quero. – Ele sussurrou ao beijar meu ombro. – Não sei se ficaremos todo tempo que pretendíamos.
– Por quê? – Perguntei preocupada. – Não ficaremos até quinta? Você disse que só embarcaríamos na sexta, amor.
– É por que já estou com saudades de te ter mais solta. – Ele disse e se deitou sobre mim. – Isso me deixa doido e não consigo mais viver sem isso.
Mais uma vez nos entregamos ao amor louco que sentíamos um pelo outro. Não sei exatamente o que aconteceu depois, só senti a minha cabeça leve e uma sensação de que estávamos em outro mundo, onde só existíssemos nós dois. O Diogo tinha a paz e a felicidade estampadas em seu rosto depois de sentir o ápice do prazer comigo. Ele realmente ficou satisfeito depois daquilo, era visível em seu rosto e no batimento do seu coração, acelerado num ritmo que eu conhecia bem.
– Você é linda. – O Diogo me disse enquanto tomávamos um banho juntos.
– Eu gritei? – Perguntei escondendo o meu rosto no peito dele.
– Do jeito que me enlouquece. – Ele contou rindo. – Mas com o som alto não deve ter ficado tão evidente.
– Espero. – Sorri ao dizer. – Ficaremos em Lua de Mel até quando?
– Até quinta, amor. Será assim como combinamos, mas se você quiser voltar na segunda depois do show direto para cá, podemos voltar. – Ele propôs.
– Vamos ver o que o Henrique tem aprontado. – Brinquei. – Lembra que ele falou sobre começar a gravar?
– Lembro. – O Diogo disse e fechou a cara.
– O que foi, D? As músicas não estão prontas?
– Estão, não é isso. O ritmo das gravações é intenso demais, além de cansativas. São as semanas mais desgastantes por que tem as gravações e os shows.
– Falamos com o Marcelo se você quiser, e aposto que a Maria vai te fazer uma dieta especial.
– Teremos que manerar, senão não vou aguentar. – Ele disse olhando nos meus olhos.
– Você diz em relação ao...
– Amor louco que fazemos. – Ele completou. – Só não sei como vou conseguir.
– Por quê?
– Por que você me enlouquece. – Ele disse e beijou meu ombro. – Não consigo ficar perto e não te beijar... Te olhar com aquelas camisolinhas e míni calcinhas e não querer te amar.
– Tudo bem, durmo de moletom. – Disse com humor.
– Não vai adiantar, eu sempre te vejo do mesmo jeito. – Ele disse sorrindo.
– Nós daremos um jeito, eu te ajudo. – Prometi.
Como o Diogo tinha me contado, a Marli tinha preparado cada coisa mais deliciosa que a outra. Sobre a mesa do lanche tinha bolo de milho, compotas, vários tipos de chá para eu escolher, o suco do Diogo, pães quentinhos, biscoitos, queijos e a danada da manteiga de fazenda. Eu realmente teria que me cuidar senão ia engordar na certa. Ele ficava só rindo me vendo indecisa sem saber o que comer, eu não podia exagerar.
– Está tudo delicioso, Marli. – Elogiei.
– Está sim, Marli. – O Diogo disse quando a Marli sorriu. – Vou ter que malhar muito quando voltar para casa.
– Malhar para que, menino? – Ela perguntou. – Você está magro.
– E para ficar tenho que pegar leve. – Ele riu ao colocar o garfo no prato. – Tire isso daqui, Marli. Não vou resistir a esse bolo de milho.
– Sei que você gosta. – Ela disse quando partiu mais um pedaço e colocou no prato dele. – Você tem que se alimentar direito para se recuperar por completo.
– Não estou mais doente, Marli. – Ele reclamou.
– Doente? – Perguntei.
– Falei demais? – A Marli perguntou ao Diogo.
– Falou. – Ele disse e me olhou. – É que quando voltei dos Estados Unidos fiquei um tempo aqui para me recuperar de uma pneumonia braba que peguei em Nova Iorque.
– Ele nadou num lago congelado com uns amigos loucos, dona Bruna. – A Marli contou. – A dona Suzana e os médicos ficaram um tempão aqui cuidando dele.
– Você não me contou isso. – Disse ao Diogo.
– É, quase não pôde mais cantar. – A Marli disse e puxou a orelha dele.
– Pronto! – Ele resmungou. – Ela adora jogar isso na minha cara.
– Claro. É para que você não esqueça e não faça mais esse tipo de bobagem. Sabe que a sua garganta é sensível. – Ela resmungou.
– Sei disso. – Ele resmungou. – Como se não bastasse a Maria, vê o que eu passo, amor?
– Estou nessa, Marli. – Disse e olhei para o Diogo. – Isso quer dizer... Nada de cachoeira, amor. A água deve ser gelada.
– Cachoeira? – A Marli perguntou e Diogo começou a rir. – Você... Menino!
– Olha, sou grandinho, tá? – Ele resmungou.
– Mas você esteve rouco há pouco tempo, amor. – Disse me aconchegando nele. – Podemos passear e você anda a cavalo. Quero conhecer tudo, mas acho que vamos deixar a cachoeira para outro dia.
– Aproveitem o lanche. – A Marli disse e se retirou.
– Sonhei em te amar na cachoeira. – Ele sussurrou no meu ouvido.
– Não faz isso... É jogo sujo. – Sussurrei.
– Se estiver funcionando.
– Vou pensar. Que horas vai todo mundo embora?
– Por quê?
– Por que quero a casa só para nós dois. – Sussurrei no ouvido dele.
Nós passeamos um pouco do lado de fora da casa depois do lanche e pude ver um pouco da fazenda. Ele levou o violão e ficamos sentados num banco no jardim enquanto ele tocava e cantava para mim. Não demorou muito para juntar mais gente. Os funcionários da fazenda o ouviram cantando e se juntaram a nós, trazendo seus instrumentos também. Eles cantaram várias músicas regionais e as do Diogo também até tarde. Foi muito legal.
– Com sono? – O Diogo me perguntou quando me aconcheguei no seu ombro.
– Um pouco. – Contei.
– A patroa não costuma ficar acordada até tarde? – Um rapaz me perguntou.
– Ela sempre dormiu muito cedo por causa do trabalho. – Foi o Diogo que contou no meu lugar. Não gostava muito de homens se dirigindo a mim, o ciúme sempre falava mais alto. – Sabe os celulares que vocês receberam no Natal? Ela trabalhava na empresa dos celulares.