Renascer

Nesse trecho da estória, a Bruna realmente acha que a sua vida ao lado do Diogo será completa com a chegada das suas gêmeas, que a família poderá ter paz e seguir com a sua vida cotidiana, mesmo que essa seja mergulhada na fama e no sucesso, mas as coisas se complicam novamente.
Depressão, pressões externas, surpresas vindas de todos os lados novamente colocam a relação dos nossos dois protagonistas em cheque. Sem o apoio da família, a Bruna e o Diogo não conseguem superar a distância forçada, mas em alguns momentos somente o amor e a paciência são a chave dos problemas.
Os fantasmas do passado assombrarão o Diogo como nunca assombraram, eles trarão dor e muito sofrimento a Bruna. O Diogo simplesmente perde a noção do certo e errado, sua vista fica turva e seu coração negro. A verdade sempre prevalece, mas a um custo muito elevado.
Seja bem vindo ao quinto volume da Série Destino.

Leia agora o conteúdo das 10 primeiras páginas.

Oi.

Legal partilhar contigo mais uma parte da minha vida com o Diogo e agora com os meus filhos também.
As surpresas quando nos pegam desprevenidas podem causar reações diferentes, mas nunca previsíveis.
A felicidade pode se transformar em sofrimento.
A paz em inferno astral... O amor em amargura.

Mais uma vez o passado volta com tudo para me atropelar, mas os escudos são resistentes e o amor vence...
O nosso amor vence.

Seja paciente...
Em alguns momentos você terá raiva como tivemos.
Em alguns momentos você irá chorar como choramos.
Mas com certeza você irá perdoar como perdoamos.

Vida a dois não é fácil, ainda mais quando uma terceira pessoa surge sem ser convidada.
Seja forte e tire da minha experiência uma lição para a sua vida.
Seja feliz e ame, foi o que eu aprendi.

Bjs.
Bruna Vasconcelos D´Angelo.



Fazia muito tempo que eu não me sentia tão em paz e tranquila. O meu Diogo estava bem, o Nando feliz com a Paty, nossa manhã seguia sem fãs e até a Fabi pôde relaxar depois de um tempo. Éramos apenas uma família curtindo a manhã de o sol em Cabo Frio. Com a praia praticamente vazia, podíamos ter aquele momento. O Diogo e o Nando até brincaram de castelinho com o Thiago, mas ele acabava destruindo tudo com o pezinho nos fazendo rir e o Diogo o jogar para o alto. Nosso filho era completamente apaixonado pelo pai e curtia cada segundo ao seu lado. Ficava gritando “pah pah” o tempo todo, aquilo deixava o Diogo em êxtase de felicidade, afinal de contas, tudo aquilo poderia não estar acontecendo. Antes que a tristeza pudesse me dominar novamente, pedi e o Nando comprou sorvete para todo mundo.
– Você está bem? – O Diogo me perguntou enquanto eu tomava sorvete.
– Estou. – Menti e ele me olhou. – Está tudo bem, meu amor.
– Não fique triste, estamos juntos. – Ele disse e me abraçou pelas costas.
– Hei! O que foi? – O Nando perguntou ao se ajoelhar na minha frente.
– Não é nada demais, só uma angústia. – Murmurei. – Mas dá e passa.
– Está muito recente. – A Paty disse e eu assenti. – Também fico pensando às vezes.
– Mas não devia. – O Diogo disse e olhou para o Nando. – Leva essa sua mulher para a água e dá um banho frio nela.
– Não! – A Paty disse rindo o parando. – Nem vem, Nandinho.
– Nandinho. – O Diogo debochou enquanto ríamos. – Como pode... De Muralha para Nandinho... Que decadência, cara.
– Amor. – O Nando resmungou e a jogou no ombro. – Agora você merece o banho.
Ele correu para a água com ela e a jogou, foi engraçado. Aqueles dois curtiam a vida e se amavam, era lindo de se ver. O Diogo ficou com o Thiago nos braços enquanto conversávamos sobre tudo, menos processos, músicas ou fama. Ele estava curtindo a vida em família, a vida de pai que sempre quis. Enquanto eu cantava baixinho acariciando a minha barriga, ele dava uma frutinha para o Thiago e as minhas bebês se acalmavam também. Elas ficaram agitadas e aquilo incomodava, o espaço estava ficando apertado. O Nando e a Paty não demoraram a voltar e como estava ficando tarde, resolvemos voltar para o apartamento. A volta demorou mais que a ida, aquela areia fofa era difícil de caminhar com aquela barrigona. O Diogo passou o Thiago para o Nando e me ajudou, foi um alívio.
– Temos que marcar o batizado do Thiago. – Disse meio ofegante. – Agora acho que teremos tranquilidade para isso.
– Como assim “agora”? – O Nando me perguntou. – Você não estava atrasando o batizado dele por causa daquele mané, não é?
– Calma. – O Diogo pediu.
– Não tinha clima e eu nem tinha cabeça para pensar nisso. – Disse quando me sentei num banco. – Todos estavam envolvidos com aquilo tudo, não dava para pensar em nada.
– Não acredito nisso. – O Nando resmungou e se ajoelhou na minha frente. – Não quero mais que você fique se preocupando com essas coisas, fica parecendo que não faço o meu trabalho direito.
– É claro que você faz... Só esperei que todos estivessem mais tranquilos, Nando. Temos que estar todos pensando na mesma coisa, é o batizado dele, não é?
– E os padrinhos precisavam estar focados nisso. – A Paty disse e beijou o rosto dele. – Se o padrinho estava cuidando tão intensamente de outra coisa, não tinha clima.
– Você também? – Ele resmungou quando se levantou.
– Como você podia batizar o Thiago se o seu coração estava tão... Amargurado? – Ela perguntou e o abraçou. – Você não tinha condições, amor.
– Sei dividir as coisas. – Ele disse e beijou os cabelos dela, mas olhou para o Diogo.
– Ela já sabe, não é? – O Diogo perguntou e eu me levantei.
– Que ele ia te vingar se as coisas não acontecessem como aconteceu? – Perguntei e o Nando olhou para a Paty. – É. Ela me contou que você cometeria uma loucura.
– Nando...
– Está tudo bem. – O Nando garantiu quando a Paty ia se defender. – Acho que você está certa, eu não poderia batizá-lo com aqueles pensamentos.
– Mas agora pode. – Disse sorrindo. – Aposto que a Dona Suzana vai adorar a notícia, mas agora vamos para casa, estou cansada e essas meninas precisam dormir um pouco.
– Vamos. Vamos jantar fora hoje? – O Diogo propôs sorrindo.
– Oba! Quero ir num rodízio de massas. – Disse com água na boca. – Canelone de ricota. Uhm. Eu quero, D.
– Pronto. – O Nando brincou. – Ele terá que se virar nisso.
– Você odeia ricota, B. – O Diogo lembrou quando entramos no prédio e eu sonhava acordada.
– Uhm. Com mostarda! – Disse quase babando.
– Está bem, meu amor. Iremos hoje à noite. – Ele desistiu e me beijou. – Você não vai sossegar mesmo, te conheço.
– Obrigado, amor. – Disse feliz quando entrei no elevador. – O que será que a Maria fez de almoço?
– Você só pensa em comida? – A Paty brincou.
– Nem vem... Quando chegar a sua vez...
– A fábrica ainda não abriu, viu. – Ela brincou me cortando. – Meus lourinhos ainda estão hibernando.
– Vamos descongelá-los logo. – O Nando brincou com ela. – Desse ano você não me escapa, lourinha.
– Olha, D. Teremos sobrinhos. – Disse sorrindo quando saímos do elevador. – A Dona Suzana vai gostar de saber disso.
– A Senhora está proibida de falar qualquer coisa, Dona Bruna Vasconcelos D´Angelo. – A Paty arfou. – Ela vai ficar nos cobrando!
– Vai mesmo. – O Diogo disse quando abriu a porta. – Ela quer aquela fazenda cheia.
Naquela noite o meu desejo foi satisfeito em grande estilo. A Fabi saiu de tarde em busca de um restaurante que o Nando tinha comentado e confirmou uma reserva. Ele era super aconchegante e tivemos toda a tranquilidade para jantarmos em paz. Não houve fãs nos incomodando, nem repórteres nos clicando, éramos apenas uma família curtindo.
A decoradora adorou o apartamento e tirou todas as medidas para preparar o quarto das crianças. Naquela terça ficamos em casa, só o Nando e a Paty foram à praia. Eu estava cansada e se quisesse ficar mais alguns dias eu teria que me cuidar. A Fabi aproveitou e foi com a decoradora comprar uns móveis, mesmo que mais simples para arrumar o quarto do Thiago. Foi engraçado ver o D e o Nando montando as coisas junto com o rapaz da loja de tarde, eles estavam curtindo aquilo enquanto eu ficava com a Fabi e a Paty na sala. O Diogo não me queria perto de ninguém, o ciúme dele só aumentou depois do julgamento. A Paty também disse que o Nando estava exagerando um pouco mais que o normal, ele simplesmente ficava de olho em tudo e todos. A história do convite para posar nua não saía da cabeça dele.
O quarto ficou uma gracinha. A decoradora era realmente ótima, em menos de um dia deu um ar infantil àquele quarto branco e sem graça. O berço novo, a cômoda e os quadros ficaram perfeitos. Ela colocou um abajur com tema de filme infantil e uma cortininha combinando que alegraram o Thiago. O berço de viagem virou um cercadinho para que ele pudesse brincar na varanda ou na sala, também poderíamos levar quando fôssemos para a fazenda ou para o sítio, foi o que o Diogo disse. Ele não tinha esquecido do que pediu ao meu pai, queria realmente um ambiente como o da fazenda no Rio para que pudéssemos relaxar e as crianças poderem brincar. Ele estava mais ligado à família que nunca, dava para perceber.
Os meus pais e os meus sogros ligavam todos os dias para saber como estávamos. O meu sogro era o mais tenso, ficava monitorando a internet para ver se aparecia alguma foto nossa. Peguei aquela informação na manhã da quarta, o Diogo e o Nando estavam conversando na varanda da sala, mas quando perceberam a minha chegada mudaram de assunto.
– Está tudo bem? Podemos ir à praia? – Perguntei meio insegura.
– Está, amor. – O Diogo me garantiu.
– Vamos então? – Perguntei e olhei para o Nando.
– Bora. – Ele disse sorrindo. – Aí. Tava a fim de comer frutos do mar, que tal para hoje à noite?
– Lagosta? – Perguntei sorrindo e ele assentiu. – Podemos ir num daqueles restaurantes perto do canal... E depois na feirinha... Lá tem cocada de vários sabores... Umas lembrançinhas...
– Tudo que você quiser, amor. – O Diogo disse e me beijou.
Eles pareciam realmente tranquilos, caso tivesse qualquer perigo de nos expormos, eles bloqueariam a nossa saída. A Fabi também estava tranquila, já no segundo dia relaxou e curtiu um pouco, mas sempre atenta a tudo. Como voltaríamos para casa na tarde do dia seguinte, curtimos a praia de manhã e no final da tarde por causa do sol. Eu adorava ver o Thiago brincando na areia com o pai como na ilha e a forma que ele chutava a água. A Carla, babá do Thiago, quase não fez nada, ficava mais sentada debaixo da barraca que outra coisa. O Diogo assumiu realmente o papel de pai, compensando o fato de eu não ter tanta liberdade para brincar como antes. Ela trabalhava mais à noite, mas só até ele pegar no sono.
– Jura? Iremos mesmo à feirinha? – Perguntei no restaurante.
– Iremos sim. – O Diogo disse e me beijou. – Você não quer os tais doces?
– Podemos comprar mais e levar para casa, o que acha? – Perguntei e eles riram. – É que vocês ainda não comeram a cocada de abacaxi.
– Cítrico, amor. – O Diogo lembrou. – Lembra que o Marcelo pediu para maneirar nos cítricos?
– Tá... Mas tem outros sabores. – Disse e todos riram. – Achei que vocês iam bloquear essa saída...
– Por quê? – O Nando me perguntou.
– Por causa do papo de vocês hoje cedo. Eu ouvi. O meu sogrinho está preocupado demais, não está?
– O Doutor Rodrigo? – A Paty perguntou e eu assenti.
– Ele estava apenas servindo de ponte para a minha mãe. – O Diogo contou.
– A tia é toda estressada mesmo. – O Nando disse. – Achei até que eles acabariam aparecendo por aqui.
– É ruim. – O Diogo disse. – Com essa nova bomba? Droga! Falei demais.
– Que bomba? – A Paty perguntou.
– É... Que bomba? – Perguntei quando o D e o Nando se olharam. – Fala, D!
– Fica calma, B. – Ele pediu e tocou na minha mão. – Você está fria, amor. Fica calma.
A minha mente começou a trabalhar direto, comecei a pensar um monte de bobagens e não conseguia parar. Imaginei que fosse algo relacionado ao processo, algo relacionado ao Maurício. As minhas bebês se agitaram na minha barriga conforme eu pensava.
– O que está acontecendo? – Perguntei aflita. – Ele... Ele... O...
– Não, amor. – O Diogo disse e me abraçou. – Fica calma, B. As bebês, amor.
– Minhas filhas... O Thiago! – Arfei.
– Não tem nada haver conosco, Bruna. – O Nando disse. – Se é para te deixar tranquila, eu conto.
– Por favor, Nando. – Pedi e ele trocou de lugar com a Paty.
– O tio está analisando um caso novo... A coisa é grande, envolve gente muito grande. – Ele me contou. – Ele está mantendo em sigilo porque ainda não decidiu se pegará o caso. Envolve grandes empresas de fora do país, o governo... É um caso complicado que eu nem sei direito. O tio conversa comigo, mas não conta tudo, sabe até onde pode ir e eu também. Então fica tranquila que não tem nada a ver conosco... Não diretamente. Ele só não nos quer muito expostos. Aqui estamos de certa forma mais vulneráveis que nos shows.
– Mas por que “nós expostos” se não tem nada a ver conosco? – Questionei.
– O nosso sobrenome é bem conhecido no meio profissional do meu pai, amor. – O Diogo lembrou. – Já te falei isso.
– Tá, mas e daí? – Perguntei.
– E daí que por conta do processo vocês foram chamados pelo nome completo... Os que ainda não sabiam da ligação de vocês ficaram sabendo. – O Nando contou e senti a raiva no tom de voz dele. – Aquele advogado de... Aquele advogado do cara ficou te pressionando lembra? Ficou te questionando do porque de você só falar Vasconcelos e não D´Angelo, aquilo chamou atenção.
– Acabou expondo essa parte da nossa vida. – O Diogo disse.
– Vocês ficaram sem acessar a internet, eu não. Algumas revistas e sites ficaram martelando nisso... Alguns jornais também. O tio é “o cara” nos casos grandes, Bruna. Ele mantém a família sempre protegida, mas com essa exposição ele ficou preocupado, por isso tem ficado de olho em tudo, por isso está meio tenso se aceita ou não esse novo caso... A tia já deve estar com segurança... Os irmãos nos Estados Unidos também, mesmo que não saibam.
– O Henrique disse que o meu pai lhe avisou que eles estão sim. Só de haver a cogitação de ele assumir já houve uma certa movimentação.
– Então é justificado, mas ninguém sabe que estamos aqui senão já estava na internet. – O Nando disse tranquilo. – Eu não iria a praia se houvesse um mínimo que fosse de risco de nos reconhecerem, de um fotógrafo nos seguir. Não daria esse mole com os meus sobrinhos afilhados, não é? Fala sério, Bruna. Relaxa, acaba de comer que iremos para a tal feirinha. Você poderá comer os doces que quiser, comprar o que quiser, curtir a última noite sem risco algum.
– A não ser que uma fã te reconheça. – A Paty disse e olhamos para ela. – Qual é, gente! Pode acontecer... Mas vamos embora amanhã, não dará tempo. – Ela disse e o Nando a beijou. – Eu também posso comprar umas coisinhas ou só a Bruna?
– Pode tudo, amor.
– Já reparou que você só se preocupou com ela? E se me reconhecem? Fui convidada para posar nua, tá? – Ela lembrou e ajeitou o cabelo de brincadeira, me olhou pelo canto do olho e piscou. O Nando olhou feio para ela.
– Se alguém fizer essa proposta de novo vai parar no hospital. – Ele disse sério.
– Ah! Pensei que...
– Nem completa. – Ele disse e a beijou. – Esse corpinho só pode ser apreciado por mim.
– Te amo. – Ela disse quando se aconchegou no peito dele e piscou para mim de novo. Ela o levava fácil. – Quero sorvete, Nandinho.
– De morango? – Ele perguntou manso e ela assentiu. – Eu peço para você, gata.
– Se arrasta, Muralha. – O Diogo disse rindo muito.
Terminamos o jantar e fomos passear na feirinha. Assim como eu previa ela estava vazia, tinham poucas pessoas comprando apesar de ser fevereiro e faltarem poucos dias para o carnaval. O D ficava com o Thiago nos braços o tempo todo, a babá até pôde olhar as barraquinhas e comprar umas coisinhas. A Fabi era a única tensa porque o Nando estava mesmo é curtindo as compras com a Paty, aquela menina adorava comprar e ele adorava mimá-la.
– Quero uma de cada, D. – Disse na frente da barraca de cocadas.
– Tudo isso, B? É muita coisa, gata. – Ele disse fazendo uma careta.
– Quero levar para casa, amor. – Pedi tocando no peito dele e ele sorriu.
– Está bem...
Eu estava exagerando, mas eu queria relembrar a última vez que estive na cidade e comi cada dia um daqueles sabores. Claro que não comentei com quem eu estava, seria a terceira guerra mundial, ele ficaria com ciúmes e era capaz até de vender o apartamento. Eu não costumava ficar falando de antigos namorados, seria um gancho para que ele também comentasse das antigas dele e eu não queria saber. Era passado. Os poucos homens que eu tive não me faziam feliz como ele me fazia, não valia a pena sequer um comentário.
– Olha que gracinha, D. – Disse quando cheguei numa barraca com bijuterias.
– Você tem acesso a joias, amor. – Ele sussurrou no meu ouvido.
– Tá...
– Mas se você gostou compre, B. – Ele disse quando me abraçou pelas costas. – Desculpe. Tem horas que eu me esqueço de que você não é como a Sabrina que esbanja em tudo. Minha B tem o seu estilo. – Ele disse e beijou os meus cabelos. – Te amo.
– Muito, D. – Disse e me estiquei para beijá-lo, depois o Thiago que dormia nos seus braços.
Acabei comprando uns brincos e uns prendedores de cabelo. O Diogo não entendia como as coisas mais simples me encantavam também. Ele estava acostumado com tudo do melhor e sempre teve à sua volta pessoas que ostentavam o que podiam, eu não. Mesmo depois de todo aquele tempo eu ainda mantinha a minha simplicidade.
– Ficou bonito, D? – Perguntei quando mostrei um brinco encostado no meu rosto e percebi que uma menina me olhava.
– Você é a B mesmo! – Ela arfou tapando a boca quando eu sorri e ela olhou para o D. – E você... Meu Deus! Diogo!
– Não sabia que a Paty previa o futuro. – O Diogo disse me olhando e franziu o lábio.
– Me dá o seu autógrafo? – Ela me pediu.
– Só se você não fizer escândalo, tá? – Perguntei e ela assentiu quando pegou uma revista da mochila.
Naquele momento o Nando já tinha percebido, alertado a Fabi e a babá que pegou o Thiago dos braços do Diogo. Elas o levaram para o carro seguindo as ordens do Nando e ficaram nos esperando. O dono da barraca quase teve um troço quando nos viu na capa da revista. Ele acabou pedindo para que eu tirasse uma foto com ele, o que fiz sem reclamar. Ele acabou me dando mais colares e brincos dizendo que estava feliz em ver que eu tinha gostado. O Diogo não reclamou, mas assim que tirei a foto fomos embora, estávamos chamando atenção e mais pessoas nos clicaram com o celular.
– Vidente. – Brinquei com a Paty quando entramos no carro. – Não sabia desse seu dom, amiga.
– Foi só um palpite. – Ela disse rindo.
– Vamos nessa. – O Nando disse quando entrou. – Amanhã sairemos daqui cedo. Aposto o quanto vocês quiserem que até amanhã pela manhã terá uma dessas fotos nas revistas.
– Eu...
– Está tudo bem, amor. – O Diogo me cortou antes que eu me lamentasse. – O que me importa é que você curtiu e relaxamos. Não aconteceu nada demais.
– Fica tranquila, Bruna. Não teve histeria. – O Nando disse e riu. – Agora você até dá autógrafo sem tremer!
– Está se acostumando, amiga? – A Paty me perguntou com humor.
– Vamos para casa. – Pedi revirando os meus olhos.
Ele estava certo, mal amanheceu o Nando recebeu um telefonema avisando que estávamos na internet. Como se aquilo não fosse suficiente, quando fui olhar o mar tinham fãs na portaria do prédio, no mínimo tinham nos seguido e já sabiam onde estávamos. A informação foi jogada numa das comunidades e as fãs da cidade fizeram plantão. O meu sogro também soube e ligou por volta das oito horas, mas como iríamos embora ele se acalmou e disse que avisaria aos meus pais, outros ansiosos e preocupados. O Diogo manteve a calma e o planejamento, iríamos embora de manhã mesmo, então arrumamos as coisas e partimos. O Nando também estava tranquilo, assim como a Fabi, a única tensa era eu.
O carro foi cercado na saída do condomínio, mas conseguimos partir sem maiores problemas. Apenas o Thiago se assustou com a gritaria, mas o Diogo o pegou no colo e ele se acalmou. Depois daquilo a viagem foi tranquila. Como não tinham repórteres na cidade atrás de nós seguimos para casa, nem na entrada do condomínio teve problemas.
O Henrique estava à nossa espera em casa, ele estava querendo acertar uns detalhes dos próximos shows com o Diogo. Com a aproximação do parto das gêmeas eles queriam se programar. Aproveitei para conferir a agenda de show, vi que o nosso final de semana livre seria no primeiro final de semana de abril e foi aquela data que escolhemos para fazer o batizado do Thiago. Na mesma hora ligamos para a minha sogra contando e ela ficou de entrar em contato com o padre que celebrou o nosso casamento.
– Cansada? – O Diogo me perguntou naquela noite enquanto eu me arrumava.
– Por quê? – Perguntei quando vesti umas das camisolas usadas na sessão de fotos.
– Linda. – Ele sussurrou ao afastar o meu cabelo. – Cheirosa.
– Você que está cheiroso. – Gemi.
– E gostosa. – Ele disse e me beijou. – Me deixe te amar.
– D!
– Fala! Me deixe te amar. – Ele pediu e me beijou com desejo.
– Não...
– Pede! Pede pelo seu D. – Ele disse segurando os meus cabelos e beijando o meu pescoço.
– Ah!
– Geme. – Ele pediu e foi me levando para a cama. – Delícia.
– Me ama, D! – Gemi quando deitei.
– Ah! Espero cada segundo por isso, amor. Delícia. – Ele sussurrou e beijou as minhas pernas. – Adoro as suas pernas, amor.
A cada dia era mais complicado nos amarmos, mas não desistíamos. Eu era louca por ele, esperava todos os dias pelo momento em que eu me sentiria amada novamente. O Diogo era sempre muito intenso e perdia completamente a noção quando nos entregávamos, mas nunca esquecia que dentro de mim cresciam duas pessoinhas maravilhosas, mais dois milagres como ele me dizia.
– Te amo! – Sussurrei cansada.
– Demais, amor. – Ele disse agarrado em mim. – Estou louco só de pensar quando não pudermos mais.
– Também. – Disse triste.
– Preciso do seu corpo, do seu cheiro. – Ele dizia e esfregava o nariz nos meus cabelos. – Diz que você é só minha.
– Claro que sou. – Sussurrei.
– Nenhum jamais te fez e te fará mais feliz que eu.
– Te amo, D.
– Delícia te ouvir, amor. – Ele sussurrou. – Vem tomar um banho gostoso, vem.
– Cansada. – Disse acariciando a minha barriga.
– Te machuquei? – Ele me perguntou preocupado. – Fico doido demais querendo te sentir me envolvendo... Me desculpe.
– Não, amor. – Garanti. – Estou bem, só fico cansada mais rápido.
– Eu te ajudo. – Ele me prometeu quando me apoiou para levantar. – Vou tentar me controlar.
– D...
– São duas, deve ser pior para você aguentar. – Ele sussurrou quando entramos no box. – Eu tenho que me conter. Tenho que arrumar um jeito de queimar esse tesão que me consome quando penso em você. – Ele disse com a cara fechada. Não gostei daquilo.
(...)